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Estudantes da Escola Marçal Ramos, de Caraá, demonstram prática de Círculo de Paz em seminário sobre prevenção da violência

Proposta pedagógica auxilia a lidar com traumas e emoções após a enchente que atingiu o município em 2023

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O evento foi realizado no auditório da sede da Defensoria Pública, em Porto Alegre.
O evento foi realizado no auditório da sede da Defensoria Pública, em Porto Alegre. - Foto: Priscila Valério
Por Daniel Marcilio

Nesta terça-feira (23/4), um grupo de estudantes da escola Escola Estadual de Ensino Médio Marçal Ramos, de Caraá, apresentaram uma atividade pedagógica de diálogo, construindo um espaço de acolhimento dentro da programação do seminário Garantia de direitos de crianças e adolescentes: ações para a promoção da cultura da paz e prevenção da violência. O evento, realizado no auditório da sede da Defensoria Pública, em Porto Alegre, teve como tema central das discussões o conceito de Cultura de Paz, que abrange um conjunto de valores e atitudes baseados na tolerância, na solidariedade, na justiça social e no respeito às diferenças.

A programação contou com a participação de jovens de diversas instituições que compartilharam experiências desenvolvidas para estimular uma visão de mundo não violenta. Com base nisso, as alunas e a equipe docente de Caraá simularam a dinâmica dos Círculos de Formação de Paz. A assessora da Cipave da 4ªCRE, Marivane Carvalho foi a facilitadora do encontro, realizando perguntas norteadoras para guiar a conversa e estabelecer diretrizes durante a construção do círculo.

“A dinâmica do círculo celebra um tempo fora do tempo. É um espaço seguro para sentir a emoção. Apesar de ser fictício, a gente está preparando o espaço para isso, para que as pessoas possam expressar sempre o seu melhor”, ressaltou Mativane.

Durante o Painel Escola Segura e Em Paz, os jovens trouxeram relatos pessoais sobre como se sentiram ao vivenciar a passagem do ciclone extratropical que devastou o município em 2023. A metodologia de acolhimento, promovida pelo Núcleo de Cuidado e Bem Estar da Secretaria de Educação, foi uma das iniciativas utilizadas para acolher os sentimentos de angústia no ambiente escolar após a tragédia das enchentes.

Para Gabriela da Silva Moura, de 16 anos, os círculos de paz foram um momento de superação e de apoio. “Em meio àquela confusão de arrecadar roupas, alimentos e de limpar a própria casa para poder retornar, a cabeça estava a mil, e nós tivemos um momento de conversa, de desabafo, de conseguir entender o que a gente estava sentindo”, desabafou a aluna.

O coordenador da 11ª CRE Fabrício Soares acompanhou o processo de restauração da escola e avaliou que as questões emocionais são mais difíceis de trabalhar do que a reconstrução da infraestrutura. “A recuperação psicológica, do ânimo, da motivação dos alunos, dos professores e dos funcionários é uma grande preocupação nossa, e os círculos foram muito importantes nesse sentido”, ressaltou o professor.

A diretora da escola Juliana Souza de Oliveira também lembrou das sensações deixadas pelo impacto das enxurradas em Caraá. “Nós sentíamos que faltava o olhar humano, do coração, que a gente pudesse colocar para fora o que estávamos sentindo, que era muito forte. Quando chegou a oportunidade de participarmos desses encontros, foi um momento de bastante valia” destacou.

O seminário foi organizado pelo governo do Estado, por meio do Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes (CEEVSCA-RS), da UNESCO, da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE) e do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDICA-RS). O encontro também antecedeu as ações previstas para o mês de maio, alusivo ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.

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